Se em 2001 ninguém pensava em tirar uns minutos por semana para descansar de todo o tipo de aparelhos tecnológicos imagináveis, hoje, em 2015, há quem fale em fomo - fear of missing out e agora numa espécie de contra argumento já se fala em jomo - joy of missing out.
Na há dúvida de que existem pessoas completamente viciadas e dependentes do seus smartphones e tablets, e outras que passam bem sem isso. Mas não podemos negar que atualmente passamos imenso tempo conectados nos nossos aparelhos (estou neste momento a escrever este post no meu telemóvel enquanto espero pelo comboio - belo exemplo!) e desconectados do mundo real. Quem é que já não se sentou para jantar e sacou do telmóvel para tirar uma fotografia, aplicar um filtro e partilhar em tempo real a sua refeição com o mundo através de instagram? Parece ridículo, e até ém mas acontece e acontece muitas vezes. Já não fazemos nada sem registar o momento primeiro, e durante esse registo o momento passou. O instagram é agora uma montra de momentos que ficaram para a posteridade mas que ficaram também por gozar no mundo físico. Estar offline faz agora parte das agendas já tão atarefadas.
Eatar offline é agora obrigatório, quase como ir ao ginásio ou comer. Algo que nem sequer devia requerer um esforco de consciencialização tem agora um lembrete dedicado no smartphone para não nos esquecermos de desligar deste mundo que é fictício e em que nada acontece, apenas é partilhado com o mundo - a ironia... . No offline em que tudo acontece é lá que as pessoas se esquecem de estar. Se a conta do instagram mostra sinais de pouca atividade é provavelmente um bom sinal, quer dizer que estão demasiado ocupadas a viver e não têm tempo para parar, registar e partilhar com o mundo aquilo que de tão bom se passa nos bastidores do dia a dia.
- Bohemian escape
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